Paulo Victor Gonçalves, 26 anos, o juiz mais novo do Paraná, fala à AMAPAR sobre concurso, associativismo e política
Rômulo Cardoso Terça, 05 Julho 2016
Paulo Victor Alvares Gonçalves, o magistrado mais novo do Paraná, tem apenas 26 anos, mas demonstra consciência e aptidão para vestir a toga. Trilhou profissionalmente um caminho dedicado ao Poder Judiciário e foi empossado na segunda-feira, dia 4, como juiz substituto, tendo como primeira missão a comarca de Palmas, no Sudoeste do estado.
Nasceu em Umuarama, escolheu a capital paranaense, o Direito e passou pela histórica Universidade Federal do Paraná. O Tribunal de Justiça do Paraná parecia estar apontado como destino certo. Fez estágio, atuou como técnico judiciário no 1º Grau e também na secretaria da instituição.
A vida de concurseiro teve a primeira vitória em Minas Gerais, quando passou para analista do Tribunal Regional Eleitoral daquele estado, onde ficou por dois anos e meio. Lá, os estudos e o objetivo de passar no concorrido concurso da magistratura ganharam ainda mais seriedade.
Responsável e com boas ambições, Paulo Victor afirma, em conversa dedicada à AMAPAR, que para ter foco se afastou do círculo social, até para que pudesse estudar com mais afinco aos concursos de cargos de nível superior, ligados ao Direito - área de sua vida.
“Para mim foi muito bom, pois fiquei em uma cidade bem pequena, em Minas Gerais, até para me acostumar com o cotidiano de morar em uma comarca de entrância inicial. Consegui estudar, ter foco e deu tudo certo. Voltei ao Paraná, fiz o concurso e amanhã estou indo para a comarca”, comemora.
ROTINA DE ESTUDOS
Para o concurso não faltou dedicação. Estudava, em média, cinco horas por dia, com esquema organizado das matérias e muito foco. “É engraçado. Com a aprovação o pessoal que está estudando até questiona como foi a preparação e o método utilizado, até para seguir os mesmos passos. Sempre falo que cada um tem seu ritmo e método de preparação. Não sou muito organizado, mas para o estudo era. Fiz uma planilha de estudos, tudo certinho, conseguia estudar cinco horas, ou mais, por dia, dependendo do tempo que tinha”, explica o novo magistrado.
Também conta que separava, por semana, um dia para o lazer, normalmente sábado ou domingo. “Não pensava em nada relacionado ao concurso da magistratura. Isso era bom até para dar uma acalmada”, completa.
Confira mais opiniões do magistrado sobre a importância da AMAPAR e a responsabilidade do cargo.
AMAPAR - Não existe uma obrigatoriedade para o magistrado, quando toma posse, de figurar como associado à AMAPAR. O senhor prontamente aderiu à entidade. Quais motivos incentivaram o senhor a somar ao número de associados?
PAULO VICTOR - Como boa parte da minha carreira profissional - até chegar à condição de juiz - foi dentro do Tribunal de Justiça do Paraná, eu só ouvia coisas boas da AMAPAR. Todos os magistrados que tive a oportunidade de assessorar são filiados e sempre passaram uma imagem muito boa da AMAPAR. A partir do momento em que fui aprovado, tive a certeza de que seria filiado. Também por conta de todos esses exemplos bons, de como a AMAPAR era importante, não só na questão da JUDICEMED, onde na diretoria estão magistrados. Portanto, um diferencial, da importância da união da magistratura para fortalecer a carreira. A AMAPAR corre atrás dos interesses dos magistrados em várias frentes, como a da PEC que pretende mudar a eleição da cúpula do Tribunal de Justiça [ao permitir o voto do 1º grau]. É importante ter uma associação organizada para lutar em prol dos interesses dos magistrados.
AMAPAR - O senhor trilhou uma carreira profissional, desde os tempos de estagiário, no Poder Judiciário. Agora, na condição de magistrado, tem o incremento de ser considerado um agente político de grande importância na sociedade. Como encara tal responsabilidade diante da instabilidade política e social que vivemos no país?
PAULO VICTOR – Certamente o magistrado tem um papel político muito forte. Vejo também o Direito como um instrumento de transformação social. Nos momentos de crise a magistratura não pode se furtar de decidir e cumprir seu papel social, pois é um dos poderes da federação e deve exercer seu papel na correção das injustiças. Vemos que atualmente o Poder Judiciário tem cumprido o seu papel – e a magistratura paranaense é protagonista. Não apenas a magistratura federal, com a operação Lava-jato, mas no Paraná, as diversas operações envolvendo áreas estaduais, em que a magistratura estadual é atuante, como nas operações Publicano e Quadro Negro. Me deixa muito orgulhoso de entrar nesse time, para somar, sem olvidar da responsabilidade que tudo isso traz. O Judiciário paranaense está exercendo um bom papel e é visto pela sociedade como tal.