Diretora da mútua da AMAPAR, Themis Furquim Cortes toma posse sexta-feira (27) como desembargadora do TJ-PR

Rômulo Cardoso Terça, 24 Fevereiro 2015

Diretora da mútua da AMAPAR, Themis Furquim Cortes toma posse sexta-feira (27) como desembargadora do TJ-PR

A AMAPAR conversou recentemente com a futura desembargadora do Tribunal de Justiça do Paraná, Themis de Almeida Furquim Cortes, que será empossada na sexta-feira (27), às 17h, em ato no auditório do 12º andar do prédio anexo ao Palácio da Justiça.

Com atuação de destaque também na AMAPAR, ao responder pela diretoria da Mútua Judiciária, Themis falou sobre o início da carreira na magistratura paranaense, os anos vividos no interior, o carinho que nutre pelos companheiros de trabalho, além de outros fatos da vida pessoal e profissional. “Depois de todo de todos esses anos de magistratura, penso que o juiz, hoje, exerce um papel maior que de apenas julgar”, afirmou.

Confira abaixo a entrevista completa.

Cara doutora Themis, a senhora recebeu um presente especial de aniversário, comemorado no dia 1º de fevereiro, com a promoção ao cargo de desembargadora, no mesmo mês. Qual o grau de satisfação em percorrer toda a carreira e ser aclamada como desembargadora pelo critério de merecimento no TJ-PR?

Themis - Realmente este início de ano tem sido especial para mim. A promoção, apesar de já esperada em razão de ter composto a primeira lista em outubro de ano passado, é sempre uma emoção única. E ter acontecido muito próxima do meu aniversário foi um presente inesquecível. Além disso, todas as manifestações de carinho e de confiança que tenho recebido têm me deixado extremamente feliz, fortalecendo ainda mais o compromisso que já tenho com a justiça.

Em que ano a senhora iniciou a carreira e por quais comarcas passou? Qual análise a senhora faz do atual papel do juiz na sociedade?

Themis - Tomei posse como juíza substituta em maio de 1991, na comarca de Guaíra, atendendo as comarcas de Iporã, Terra Roxa e Altônia. Na sequência, ainda como substituta, fui removida para a sessão judiciária de Cianorte, onde atendi também a Comarca de Terra Boa. Pouco depois fui promovida para a Comarca de Arapoti, onde fiquei por felizes dois anos e onze meses. Nesta Comarca aprendi efetivamente a verdadeira missão de ser juíza, fixei-me na cidade, pois minha substituição tinha sido de apenas quatro meses. Convivi com a comunidade e com os servidores e funcionários do judiciário - o grande e inesquecível escrivão Orlando, da Vara Criminal (e que quando assumi também atendia a Vara Cível) e, posteriormente, o José Carlos na Vara Cível. Em Arapoti pude, enfim, ser juíza. Tenho muitas saudades dos amigos que fiz naquela cidade em que deixei um pedacinho do meu coração. Fui promovida para Capanema, onde fiquei por 8 meses e, na sequência, removida para União da Vitória. Na Comarca de União de Vitória, na Vara Cível do Alvarino (na época única), tive muito trabalho e muitas alegrias. Um ambiente espetacular, cartório que funcionava exemplarmente (assim como os de Arapoti) e colegas maravilhosos. Nesse período tive uma das grandes alegrias da minha vida, que foi o meu casamento com o Fernando, que deixou sua vida no Rio de Janeiro e vinha passar os fins de semana conosco em União da Vitória. De lá para Curitiba, em 1996, como Juíza de direito substituta, alcançando a titularidade em 2002, na 12ª Vara Cível, onde já atuava como substituta desde 1999 e onde também fui muito feliz, junto a inesquecível D. Olívia e posteriormente, o Maia, além da Dani e da Vera. Em 2007, fui removida para substituição em 2º grau, ganhando experiência para a nova função de desembargadora. Depois de todo de todos esses anos de magistratura, penso que o juiz hoje exerce um papel maior que de apenas julgar.

O juiz deve, sem se afastar do que dispõe a lei, atender aos anseios da sociedade. Não pode apenas esperar, deve ter um olhar atento aos acontecimentos do mundo. A atuação do magistrado deve ser rápida, sensível, ética e correta.

A senhora tem atuado junto à AMAPAR na diretoria da Mútua Judiciária, importante alicerce solidário para magistrados e familiares. Qual a importância do instituto da mútua para os associados?

Themis - A mútua judiciária foi instituída alguns anos antes do meu ingresso na magistratura e teve início como forma de auxiliar um colega que faleceu e deixou a família em dificuldades financeiras. Assim, os colegas fizeram a famosa “vaquinha”, que acabou institucionalizada, transformando-se na mútua judiciária. Entretanto, ainda quando ingressei éramos poucos magistrados e o número de óbitos anuais bastante reduzido. Assim, aquela condução informal era suficiente, com o recolhimento do valor correspondente ao percentual do salário do juiz substituto apenas a cada evento. Entretanto, com o elevado número de ingressos de juízes e o envelhecimento do quadro de magistrados, tivemos que tornar a mútua mais profissional, razão pela qual contratamos um estudo atuarial e conseguimos tornar saudável as nossas contas. A mútua permanece, assim, com a mesma finalidade de garantir, no momento de maior dor para os familiares dos associados, o recebimento dos valores correspondentes à indenização escolhida, sem qualquer entrave ou burocracia, mantendo, assim, sua proposta inicial.

Falando um pouco da vida pessoal, a senhora é casada? Quais os principais hobbys da senhora?

Themis - Como já disse anteriormente, casei quando estava na comarca de União da Vitória, há 19 anos, com o Fernando, com quem continuo casada e feliz até hoje. Desta união tivemos dois filhos lindos e maravilhosos, João Fernando, com 16 anos e Maria Eduarda, com 15 anos. Conciliar a magistratura com a vida familiar, marido e filhos, não é fácil. Durante um bom tempo, principalmente quando as crianças eram pequenas, a culpa era constante: quando estava no fórum sofria por ter deixado os filhos sozinhos; quando estava com os filhos, sofria por não estar trabalhando. Mas a questão é que no final tudo dá certo e a mulher sabe se desdobrar para que isso aconteça. Meus processos sempre estiveram om ordem e acredito ter feito um bom trabalho. Meus filhos cresceram saudáveis e são maravilhosos. Diante dessa dupla jornada sobrou pouco tempo para ter um hobby, mas nas horas vagas gosto muito de caminhar no parque e ler.

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