Desembargador Fernando Bodziak fala à AMAPAR sobre os desafios que terá ao supervisionar os Juizados Especiais

Rômulo Cardoso Quinta, 14 Agosto 2014

Desembargador Fernando Bodziak fala à AMAPAR sobre os desafios que terá ao supervisionar os Juizados Especiais

Escolhido para ocupar a cadeira de 2º vice-presidente do Tribunal de Justiça do Paraná, após sair vitorioso na eleição realizada durante sessão do Pleno, na segunda-feira (11), o desembargador Fernando Bodziak falou com exclusividade à AMAPAR e comentou dos desafios que terá ao supervisionar o sistema dos Juizados Especiais. “Tenho grande interesse em todos os métodos de composição de conflitos, não apenas a conciliação, mas também as modernas técnicas de mediação”, comentou Bodziak, que substitui a desembargadora Dulce Cecconi, primeira mulher a atuar na cúpula diretiva da corte paranaense.

Bodziak também destaca que a gestão da desembargadora Dulce ficará marcada na história do Poder Judiciário do Paraná. “Não apenas em virtude do pioneirismo, por haver sido a primeira mulher a integrar a cúpula diretiva do Tribunal de Justiça, mas, fundamentalmente, em razão dos avanços que empreendeu, dando continuidade às ações de seus ilustres antecessores”, comentou o novo 2º vice-presidente do TJ.

Confira a entrevista.

Caro desembargador Fernando Wolff Bodziak, como nasceu o interesse em concorrer ao cargo de 2º vice-presidente?

Surgiu naturalmente, pois não é de hoje que nutro especial apreço pelos temas de competência da 2ª Vice-Presidência. Considero que a Justiça deva ser o quanto possível simplificada, de fácil acesso a todos e voltada à efetiva solução dos conflitos, especialmente em causas como as dos Juizados Especiais, tão numerosas e de importante repercussão na vida das pessoas. Além disso, entendo imprescindível a difusão da cultura da paz, para que introduzida no cotidiano das pessoas a possibilidade de composição de suas divergências em vias diversas da judicialização. Tenho grande interesse em todos os métodos de composição de conflitos, não apenas a conciliação, mas também as modernas técnicas de mediação, mormente quando viável a restauração dos vínculos entre os envolvidos.

A valiosa experiência adquirida no Conselho de Supervisão dos Juízos da Infância e da Juventude (CONSIJ-PR) me fez perceber a importância de haver maior integração dos microssistemas de Juizados Especiais, Infância e Juventude, Família, Violência Doméstica, Idoso e Consumidor, para que as estruturas interajam de forma dialogada e as iniciativas de cada um sejam aproveitadas por todos, evitando com isso ações paralelas, como medida de economia e otimização dos serviços.

A desembargadora Dulce Cecconi deixou marca indelével no TJ do Paraná, pois foi a primeira mulher a atuar na cúpula diretiva, justamente na supervisão dos Juizados. Hoje, uma das frentes no sistema dos Juizados está na descentralização dos serviços. Como o senhor pretende contribuir, mesmo em tempo exíguo, para continuar a evolução do sistema?

A gestão da Desembargadora Dulce fica marcada na história do Poder Judiciário do Estado do Paraná, não apenas em virtude do pioneirismo, por haver sido a primeira mulher a integrar a cúpula diretiva do Tribunal de Justiça, mas, fundamentalmente, em razão dos avanços que empreendeu, dando continuidade às ações de seus ilustres antecessores. Dentre as diversas frentes de trabalho por ela capitaneadas, a descentralização dos serviços dos Juizados Especiais teve especial destaque.

A recente inauguração do Fórum Descentralizado do Pinheirinho, que se somou aos outros já existentes, é a concretização de mais um importante passo rumo a uma Justiça de Proximidade, que se apresenta ao povo mais necessitado nas cercanias do local de residência de cada jurisdicionado. Muito embora o mandato para que fui eleito tenha curta duração, pretendo prosseguir com os projetos existentes, em especial ao que visa à instalação, em futuro próximo, de mais unidades descentralizadas em Curitiba, e, na sequência, também em outras Comarcas. É um desafio que deve mover toda a 2ª Vice-Presidência, que conta com o total respaldo dos órgãos de cúpula do Tribunal de Justiça. Também é fundamental preservar o convívio próximo com os eminentes Magistrados de primeiro grau e servidores que integram o sistema, em busca de alternativas factíveis para a solução dos mais variados problemas que se apresentam diariamente, com o intuito de aprimorar o Sistema de Juizados Especiais em primeiro e segundo graus e o Núcleo Permanente de Métodos Consensuais de Solução de Conflitos (NUPEMEC).

A criação e estruturação de novos Centros de Justiça e Cidadania, bem como a capacitação constante de novos conciliadores, instrutores e facilitadores, missão das mais importantes da 2ª Vice-Presidência, é objetivo constante a ser alcançado. Tudo é possível construir usando de criatividade e da somatória de experiências de Desembargadores, Juízes e servidores, bem assim de membros do Ministério Público e Advogados, através de uma gestão compartilhada. Sei da responsabilidade que tenho pela frente, mas disposição para o trabalho não vai faltar.

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