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01
Fevereiro
2013

Juiz Carlos Mattioli concede entrevista para o programa de rádio da Amapar

11:58 hs

Esta semana o magistrado Carlos Eduardo Mattioli Kockanny participou do programa de rádio da Amapar, o ‘Justiça para Todos’. Ele destacou durante a entrevista as realizações do projeto ‘Combate à Evasão Escolar’, no decorrer do ano de 2012. Também falou sobre o convite recebido do Tribunal de Justiça do Espírito Santo para apresentar o projeto, que será modelo para ações na área da Infância e Juventude.

Leia a entrevista:

1-     Como o senhor avalia a atuação do projeto no ano de 2012?

Foi um ano que conseguimos efetivamente verificar a rede funcionando em todas as cidades atendidas pela Comarca, e isto aconteceu independente da provocação ou do chamado do juiz e do promotor da Vara da Infância e Juventude. Isto sem falar que embora existam alterações nas esferas municipais e de Governo, não houve o impedimento e nem a interrupção dos trabalhos no que tange ao atendimento das famílias, das crianças e dos adolescentes.

2- Em relação às crianças e adolescentes atendidos, muitos voltaram para a escola no ano de 2.012?

O retorno à sala de aula é o resultado imediato, e isto acontece de forma significativa, cerca de 50% dos alunos retornaram aos bancos escolares. Mas, o que se deve destacar também é a atuação da rede de forma individualizada, com o acompanhamento contínuo junto às famílias. Não basta apenas o retorno imediato à escola e na semana seguinte o aluno deixar de frequentar as aulas, queremos descobrir o por que da evasão, qual é a causa.

O acompanhamento individualizado nos proporcionou saber que muitos enfrentavam bullying, identificamos ainda o uso de álcool e drogas, e esta situação se estende inclusive aos pais. Fomos em busca das causas e agora tentamos trabalhar estas questões.

3- Como a rede está trabalhando nas situações em que há envolvimento com drogas?

O juiz faz basicamente o encaminhamento para a rede, que auxilia de pronto nestas questões. Atualmente, a rede faz as coisas de forma automática, ou seja, muitas destas questões não passam pelo judiciário, e no dia seguinte o aluno ou até mesmo os pais são encaminhados para assistência e tratamento.

4 – Qual o maior problema hoje quando se fala em evasão escolar?

Atualmente são dois: falta de instrução dos pais e falta de condições financeiras, que obrigam os pais a levarem os filhos para o trabalho ao invés de ir para a escola. Mas, também tem o alcoolismo, drogas, a gravidez precoce e a escola não ser atrativa, - o aluno hoje espera mais do ensino, até por conta da tecnologia que estamos inseridos.

5- Quanto tempo para que esta rede funcionasse perfeitamente?

Este trabalho começou de maneira singela, e ao longo dos anos fomos cativando as pessoas para ingressarem no projeto. Desde 2008 estamos ativamente nesta caminhada, fomos buscando o apoio das prefeituras, das secretarias de educação, do conselho tutelar e demais entidades ligadas ao assunto.

É um trabalho a longo prazo e todo mundo anseia por números, mas isto é difícil de contabilizar não tem como mensurar todo este trabalho. O que podemos falar é que mais de 50% dos alunos evadidos retornaram à escola. Um exemplo de resultado positivo que posso destacar neste momento é que na cidade de União da Vitória não existe criança na rua pedindo esmola.

6- O senhor prova que dá para fazer a diferença, basta ter boa vontade e este exemplo está rompendo barreiras, o senhor apresenta o trabalho no Espírito Santo. Como surgiu o convite?

O convite veio através de uma juíza que conheci em um dos cursos que fiz. Ela atua no Espírito Santo e quis conhecer mais sobre o projeto, o qual apresentou para o Tribunal do seu Estado. Logo, fui convidado para demostrar todo o trabalho do projeto.

Esta apresentação no Espírito Santo será destinada para os promotores de Justiça, para pedagogos, professores e demais interessados na área. Eu costumo dizer que este projeto é coletivo, de todos e não apenas do magistrado Carlos Mattioli.

Eu fico contente em saber que com a expansão do projeto uma grande quantidade de famílias e crianças serão atendidas.

Uma experiência

“Esta semana fiz uma reunião e lembrei de uma situação, há muito tempo quando marcávamos reunião todo mundo chegava de cara amarrada no Fórum. Hoje observo a mudança cultural, inclusive daqueles que fazem parte da rede. Eles desta vez trouxeram ideias para implementar no projeto, e a cada dia buscam melhorias no atendimento prestado.

Outra questão é ver o agradecimento dos pais quando é destinada a atenção necessária à educação, observei também que muitos pais voltaram a estudar por incentivo dos filhos. Esta promoção social hoje me deixa feliz, e com o sentimento de ter feito a diferença”, afirmou Carlos Mattioli.

Mattioli

Acesse as matérias publicadas no Tribunal de Justiça do Espírito Santo, basta clicar no link:

http://www.tj.es.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=6369:seminario-discute-evasao-escolar-com-equipe-paranaense&catid=3:ultimasnoticias

http://www.tj.es.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=6371:juiz-iniciou-trabalho-que-reduziu-indice-a-19-no-parana&catid=3:ultimasnoticias

 

 

 

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